Arton ano de 1400, Reinado, Estátua de Valkaria.
Labirinto de Wynna.
Labirinto de Wynna.
— Você está bem Zanoni? Esta parecendo um pouco fraco, tem algum ferimento? — perguntou Link o meio elfo e clérigo de Khalmyr Deus da Justiça.
— Estou bem, não precisa se preocupar comigo. — disse Zanoni o mago do grupo.
— Como está indo com a porta, Arthus? — perguntou Link para aquele que estava próximo a uma porta muito grande, cheia de escritas mágicas.
— Já estou acabando, falta destravar só mais uma armadilha e podemos entrar. — disse Arthus num tom confiante para qualquer um...
— Pare já com suas mentiras Arthus, já lhe falei sobre elas! O que está acontecendo? Alguma armadilha que não conseguiu desativar ou dispositivo que ainda não localizou? —... exceto para Link, clérigo de Khalmyr, que podia sentir quando alguém estava mentindo sem qualquer dificuldade.
— Talvez eu possa destravá-la. — ofereceu-se Sirius o elfo e ranger do grupo.
— Essa é boa! Um ladrão que não sabe abrir portas e um elfo querendo exercer seus dons de nascença! Que Sekmeth nos proteja! — disse Flint o anão e guerreiro do grupo.
— O que você disse Flint? — perguntou Sirius retirando da bainha as duas espadas. — Repita o que disse e verá o que de melhor um elfo sabe fazer! — desafiou o elfo apontando suas duas espadas na direção de Flint.
— Agora você vê! Um meio metro de gente querendo desmerecer minha capacidade! Vá procurar um gato para brincar vai “Tremedeira”.
E terminando o comentário Artus começou a tremer e botar a língua para fora, fazendo com que um pouco de baba saísse de sua boca. Isso foi o suficiente até para o elfo desistir da briga para cair na gargalhada, porém isso irritou tanto Flint que este sacou seu machado e partiu para cima dele, mas antes que pudesse fazer algo a voz de Zanoni se fez ouvir, o que fez o anão parar seu acesso de raiva e também a todos voltarem-se para escutar suas palavras.
***
Link estava absorto em seus pensamentos, que não ouviu o inicio da discussão, ele estava reparando o mago e tentando entender o que ocorria com ele. Desde que entraram naquele desafio em específico o mago tinha mudado razoavelmente, seus amigos não haviam percebido isso, mas Link era o líder do grupo, era sua tarefa se importar todos e com tudo que pudesse desestruturá-lo. E nesse momento esse fator se mostrava constante em Zanoni desde que entrara no Labirinto, o mago mostrava-se cansado e abatido, e ao mesmo tempo com certa inquietude, como se algo de muito importante estivesse para acontecer e somente ele poderia resolver.
— “Até aí tudo bem!” — pensava Link, pois o mago sempre se mostrou meio neutro e individualista, só pensando no grupo quando o perigo era realmente grande e que não poderia resolver sozinho, como por exemplo, aquele fantasma no Labirinto de Tenebra a Deusa da Noite. Aquele, sabia Link, tinha sido uma humilhação muito grande ao mago que até aquele momento se mostrou uma peça forte no grupo, sempre prestando auxilio mágico nas batalhas com seus Relâmpagos e Bolas de fogo e mesmo fora das batalhas com suas Muralhas de vento ou energia, que paravam qualquer coisa... exceto, — lembrou-se Link —, aquele golem de Tanna-toh, que havia destruído a barreira criada por Zanoni com o próprio punho, e ainda, acertando e ferindo gravemente o mago, obrigando-o a retirar-se da sala onde o combate desenrolara e aparecendo apenas mais tarde... Ainda houve a última no Desafio imposto por Tauron onde o mago foi pego como um peixe em uma rede, jogada pelo guardião e inutilizando-o imediatamente até que Arthus fosse até ele para retirá-lo de lá.
Aquele mago que tinha se mostrado sempre tão orgulhoso de si mesmo estava sofrendo humilhação atrás de humilhação durante os desafios recentes, e talvez fosse isso! Zanoni queria provar que era forte! Mas como? — “É claro! Que tolo sou eu” — pensou Link, a melhor forma de provar isso era derrotando o guardião de Wynna sozinho e demonstrando todo seu poder arcano para o grupo e para si mesmo. Mas Link não iria permitir tal sandice, mesmo que o poder do mago ali naquele labirinto tinha se fortalecido, não deixaria ele praticar tamanha loucura, pois se tal duelo acontecesse e o mago fosse derrotado e morto talvez não pudesse trazê-lo de volta à vida, pois precisaria de um corpo, coisa que acreditava não haver como sobrar após um duelo contra o guardião e que qualquer tipo de ajuda dentro daqueles Labirintos era bem vindo, inclusive ajuda arcana. E Zanoni não aparentava ser um devoto fervoroso da Deusa da Magia, para que ela o trouxesse de volta como fez Glórienn, a Deusa dos Elfos, com Sirius, muito pelo contrário, apesar de Zanoni sempre ter demonstrado sua crença na existência de um Panteão ele nunca mostrará nenhum tipo de devoção a qualquer um deles.
Mas tinha algo no mago, Link sentia isso, não sabia o que era, mas tinha certeza que havia algo especial, era como se o mago estivesse aos poucos sumindo para dar lugar a algo novo, um novo poder, um novo Zanoni! Era isso que Link sentia ao olhar Zanoni, mas como isso se daria ou como seria Link não saberia dizer.
***
E do meio desse mar de pensamentos sobre Zanoni, Link sentiu-se arrebatado pela voz de Zanoni que estava carregada de certa autoridade, esta que ele nunca tinha ouvido até agora da boca do mago.
— Basta com essas infantilidades! Vocês já passaram por vários perigos JUNTOS, e ainda continuam com essas briguinhas sem sentido. Não vêem que isso só irá levar a desunião e quem sabe ate a destruição deste! E Arthus desista da porta ela está trancada magicamente você nunca conseguirá abrí-la.
— Mas eu já verifiquei e não tinha nada mágico na port... — Começou Arthus a protestar assim que o mago terminou de falar, mas antes que pudesse terminar a frase Zanoni, apontou o dedo para a porta e pronunciou coisas ininteligíveis para Arthus, que sabia apenas que aquele linguajar significava uma coisa: magia. Assim que o mago terminou de pronunciá-las uma rajada de energia esverdeada saiu da ponta de seus dedos e bateu diretamente na porta. Artus no susto saltou para o lado oposto de onde a magia havia atingido a porta, pronunciando algum tipo de xingamento para o ato inesperado de Zanoni.
—Vamos parar por aqui e descansar, preciso relembrar o encantamento para abrir esta porta. — E voltando-se para o Leste o Mago proferiu algumas palavras no idioma mágico, fazendo aparecer uma porta que todos sabiam ser o abrigo que eles sempre utilizavam para acampar em segurança.
— Não quero parar agora, acabamos de entrar no labirinto. — Disse Sirius, olhando para Link como se estivesse pedindo sua opinião. Link percebendo o sinal de Sirius foi falar com Zanoni.
— Irá demorar muito para conseguir conjurar de novo a magia? Perguntou Link.
— A magia não é uma ferramenta tão simples de ser utilizada, precisa-se de tempo, esforço, capacidade e principalmente força de vontade. Não é só pedir para que ela venha.
— Eu sei Zanoni. — Disse Link com uma cara séria por causa do comentário de Zanoni. —“Talvez no seu caso...”.
— Então não me amole! — virando – se para o resto do grupo falou: — Façam o que quiserem, ficarei aqui, quando estiverem cansados de darem voltas por esse labirinto retornem para podermos seguir adiante. — E entrou no abrigo fazendo a porta sumir logo em seguida.
— O que deu nesse mago? Perguntou Flint.
— Ficou muito perto de anão e acabou pegando a maluquice. —Terminou Arthus dando uma olhada sarcástica para Flint.
— Ora seu... — disse o anão e partiu para cima de Arthus.
— Parem já com isso. — gritou Link impaciente com toda aquela história. — Vamos fazer como Zanoni falou, daremos uma busca pelo labirinto enquanto ele relembra a magia. Agora, vamos andando.
— O que está acontecendo com esse grupo... Daí-me forças Sekmeth... — terminou Flint olhando para baixo.
***